Recrutamento e selecao
O comprometimento organizacional é um construto complexo e polissémico, não existindo ainda um consenso sobre a definição que mais bem o caracterize. Muitas vezes confundido com outros construtos, como satisfação, identificação e envolvimento, são raros os estudos que buscam investigar as influências sociológicas, antropológicas e psicológicas do comprometimento organizacional. Sendo assim, o presente trabalho teve por escopo apresentar algumas teorias de trocas sociais, compartilhando de símbolos e relacionamento entre processos cognitivos e sociais, que podem propiciar um melhor entendimento dos vínculos que um indivíduo estabelece com sua organização. O estudo aprofundado de teorias sociais que precedem a concepção do comprometimento como um objecto de estudo do campo do comportamento organizacional é essencial para favorecer a clareza conceitual do fenômeno e indispensável para futuros estudos de validade discriminante frente a outros tipos de vínculo social.
2 -Teorias sociológicas e antropológicas que influenciaram a pesquisa sobre comprometimento organizacional
Embora as pesquisas que apresentam como objecto de estudo o comprometimento organizacional tenham se desenvolvido de forma mais acelerada a partir da década de 1980, as raízes históricas do construto podem ser identificadas nas teorias sociológicas, antropológicas e psicológicas que buscam estudar quais os tipos de processos de influência social que levam as pessoas a estabelecer vínculos de permanência com um determinado grupo, como por exemplo, uma comunidade.
Um dos primeiros trabalhos sobre os vínculos estabelecidos entre indivíduos e organizações, muitas vezes conhecidos por attachment (ligação), data de 1893, com a apresentação conduzida por Émile Durkheim sobre as duas bases consideradas de importância para a coesão social: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. Para Durkheim (1893), enquanto a solidariedade mecânica reflecte