Reciprocidade
SAÚDE COLETIVA
Francisco Roberto de Avelar Bastos
Resenha Critica do texto: “Marcel Mauss: Da Dádiva a Questão Da Reciprocidade”
Resenha Critica do texto: “Marcel Mauss: Da Dádiva a Questão Da Reciprocidade”
Cada uma dessas obrigações cria um laço de energia espiritual entre os atores da dádiva. A retribuição da dádiva seria explicada pela existência dessa força, dentro da coisa dada: um vínculo de almas, associado de maneira inalienável ao nome do doador, ou seja, ao seu prestígio. A essa força ou ser espiritual ou à sua expressão simbólica ligada a uma ação ou transação. Resolve qualificar de troca as relações que está analisando. De um lado, ele encontra nas sociedades indígenas formas de troca que não correspondem a nossa, no sistema ocidental.
Para o autor, não são os indivíduos e sim as coletividades que mantêm obrigações de prestações recíprocas, mediante os grupos familiares, comunitários ou mediante seus chefes. Efeito, material e espiritual se misturam, pode-se conceber que a coisa dada leva algo do ser do doador. Dessa forma Mauss faz uma distinção, em particular em sua análise do potlach e da dádiva, entre a troca mercantil, motivada pelo interesse, e o sistema de dádiva, no qual reina a nobreza e a honra e no qual o doador ganha prestígio.
Pode concluir que as observações descritas no ensaio mostram que a dádiva, equivale, para Mauss, a um crescimento da consciência de ser, a um incremento de autoridade e de fama para o doador. Dar não é mais oferecer algo de si, mas adquirir esse si. Fato importante no ensaio sobre a dádiva é precisamente que para o essencial do que descobre e que não corresponde à lógica da troca moderna Mauss deixa falar os indígenas quando introduz a expressão manifestar respeitos recíprocos, está traduzindo uma expressão dos índios tlingit. Para qualificar o valor espiritual associado ao