Reciclagem de lixo

1. APRESENTAÇÃO

A maioria das cidades brasileira é caracterizada pela ocupação desordenada do solo. Cerca de 70% da população mora em regiões de difícil acesso: íngremes, sem pavimentação e densamente ocupadas por casas que se espraiam pelas encostas, tão comuns na paisagem geográfica das metrópoles.

Essas características, inevitavelmente, dificultam a execução do serviço de limpeza pública, provocando uma deficiência na coleta das 4,8 mil toneladas de lixo produzidas diariamente pela população da capital.

Por não oferecer condições de tráfego aos caminhões compactadores e caçambas utilizadas na coleta convencional, grande parte das enladeiradas e estreitas travessas da cidade acabam sem atendimento, ficando o descarte do lixo a cargo da própria população, que, por sua vez, se encarrega de amontoá-lo em locais alternativos, poluindo o meio ambiente, proporcionando a proliferação de vetores causadores de doenças e comprometendo a saúde das pessoas.

Apesar desse quadro de poluição, causado pelo depósito inadequado do lixo em algumas áreas específicas da cidade, observa-se que a reciclagem de resíduos sólidos urbanos apresentou evolução significativa nos últimos anos, do ponto de vista tecnológico, econômico e, sobretudo, social.

A questão social ganha força a cada dia, principalmente, pelas novas oportunidades de emprego oferecidas a uma parte da população, excluída do mercado de trabalho formal, face ao seu baixo grau de especialização e até mesmo de alfabetização. Os catadores de resíduos recicláveis passaram a ter novamente um papel importante na sociedade, bem como uma fonte regular de renda que lhes permite uma vida digna, ainda que distante do ideal.

Apesar dos avanços, muito ainda há por fazer. A articulação entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada é fundamental para que metas de reciclagem cada vez mais desafiadoras possam ser alcançadas.

Dentro dessa ótica, apresenta-se o Projeto Ação 4R - Reduzir,