Recensão Crítica- Roger Chartier
Ordem dos Livros - A mensagem escrita e as suas recepções.
Do Códex ao Ecrã
Por Afonso Araújo
CHARTIER, Roger. A Ordem dos livros, 1997; VEGA, Editora – Colecção:
Passagens. 162 Páginas.
Abordagem introdutória
“Quando se proclamou que a biblioteca continha todos os livros, a primeira reacção foi de extravagante felicidade: esta felicidade extravagante (…) é-nos permitida pelas bibliotecas sem paredes, e até mesmo sem lugar, que serão talvez as do nosso futuro.
É esta é a base do raciocínio de Chartier. Neste livro, que convida a uma viagem sobre a evolução dos livros e a forma como estes são organizados, conseguimos entender as diferentes e consequentes mutações a que os textos estiveram sujeitos, não apenas fazendo alusões ao seu conteúdo, mas também à forma como têm sido apresentados. A referência à constante evolução do conceito “biblioteca” que têm conhecido diferentes significados ao longo dos anos, alterou-se conforme as diferentes ideologias, defendidas por diferentes pensadores, classes, etnias ou apenas por interesses particulares. Neste percurso infindável, acaba por ser perceptível a relação da tecnologia com os livros, mas sobretudo a forma como estes são afectados, positiva e negativamente pelos avanços tecnológicos que se têm verificado nos últimos anos e contribuído para esta definição já conhecida de “biblioteca sem paredes”. Antes das paredes, falemos do chão, da base que sustenta este raciocínio, do homem que defende que os livros podem mesmo ganhar com o inevitável avanço tecnológico, mas que estão igualmente sujeitos alguns riscos.
O autor
Roger Chartier, historiador francês nascido em 1945, tem feito significativas contribuições para a história do livro e das práticas de leitura, sendo possível traçar, a partir da leitura de seus textos, um caminho básico para o conhecimento da história do livro. Para além disso, a leitura é o seu terreno analítico mais