Recensão crítica-denys cuche
Denys Cuche nasceu a 1947, em França. É antropólogo, sociólogo e professor na Universidade Descartes de Paris. É doutor em etnologia sob a orientação de Roger Bastide. Especialista na questão das relações interétnicas, relações culturais e migrações internacionais.
O capítulo 4 focaliza-se na renovação do conceito da cultura relacionada à análise de aculturação. O objetivo do autor neste capítulo é explicar as alterações ocorridas no conceito de cultura devido ao progresso do estudo do processo de aculturação, que leva a cultura para uma definição dinâmica, para além de coerente e mais ou menos homogénea. Este capítulo destaca também a contribuição do trabalho de Bastide para este tema.
Inicialmente, os etnólogos defendiam que era as formas primitivas da cultura que interessavam, porque eram estas que “forneciam as formas elementares da vida social e cultural” que se tornavam “mais complexas à medida que a sociedade se fosse desenvolvendo”. A antropologia foi-se direcionando para um processo mais dinâmico de evolução cultural com o estudo da aculturação.
Nesta obra, aculturação é definida como “o conjunto dos fenómenos que resultam de um contacto contínuo e direto entre grupos de indivíduos de culturas diferentes e que acarretam transformações dos modelos culturais iniciais de um ou dos dois grupos”.
Herskovits foi um dos principais inventores do conceito da aculturação, ao reconhecer que os factos desta são tão importantes como os factos culturais considerados puros. Porém, autores como Durkheim continuaram a defender que a transformação cultural é essencialmente produzida pela evolução interna da sociedade. Em contradição, Bastide adianta que as transformações introduzidas do exterior também têm impacto sobre o carácter próprio da sociedade, uma vez que as mudanças culturais resultantes de causas internas são ativadas por influências de contacto com uma