receitas.

A cultura, como parte dessa construção e expressão de um grupo social (BARBERO, 2002), se desloca, se reconstrói, se propaga, e muitas vezes sem pedir licença age “como mediação social e teórica” e ultrapassa as relações interindividuais.

Podemos captar a cultura de um povo e o modo como ela se reconstrói de várias formas: com objetos materiais e também as expressões imateriais. Ambas nos deixam rastros e demonstram os ciclos culturais que se estruturam em uma sociedade.

Sabendo que o Brasil, como parte da América Latina, se constitui numa realidade mestiça (PINHEIRO, 2004) e entendendo-se como mestiçagem a efervescência de heterogeneidade, que faz cair por terra as noções de sucessão e oposição expostos desde o período iluminista que privilegiava o pensamento racional, é muito importante aproveitarmos esse ambiente virtual, do qual fazemos parte, para absorvermos essa riqueza cultural ímpar e plural que podemos absorver nessa rede que fazemos parte.

Com o objetivo de tornar prática essa reflexão convido vocês a buscar em suas lembranças esses valores culturais envoltos na mestiçagem, que se adensam aos princípios da globalização junto à complexidade, a partir das receitas culinárias.

Gostaria que pensasse e trouxesse de suas lembranças, quer como estudante ou como docente, experiências práticas que teve no ambiente escolar em torno de receitas culinárias, e que essas vivências tenham contribuido para o seu conhecimento em torno da geografia e da história. Você também pode apresentar propostas que possam ser desenvolvidas nas práticas escolares, em torno desses receitas, contanto que a atividade criada oportunize enunciar alguns princípios da história e da geografia.

Para tanto podemos pensar nos seguintes aspectos em relação às receitas culinárias:

-quanto à memória dos indivíduos;

- quanto à relação da espacialidade geográfica em que as receitas são criadas e produzidas;

-quanto aos objetos onde as receitas são impressas ou expressas