Reações X Ditadura
O ano de 1968 foi marcado por uma constante reação ‘as ameaças de ditadura mais duradoura. Desde o golpe militar de primeiro de abril de 1964, a sociedade como um todo, incluindo estudantes, artistas, políticos e intelectuais aguardavam angustiadamente solução democrática para o terrível clima político instaurado pelos militares. Assim, não foi surpresa, desde o início do ano, ocorrer uma série de reações ‘a ditadura.
Em 29 de março, houve um protesto de 50 mil pessoas no centro do Rio.
Em junho, uma multidão calculada em 100 mil pessoas realizou passeata durante mais de sete horas, reunindo mães, padres, estudantes, artistas e intelectuais protestando pela liberdade dos detidos pela polícia, pelo ensino superior gratuito e contra as fundações. Essa manifestação encontra-se narrada, em pormenores, por Zuenir Ventura, no livro 1968, O ano que não terminou, Editora Nova Fronteira, terceira edição, 1988, Rio de Janeiro.
Em 17 de abril, Costa e Silva determinou a transformação de todas as capitais dos estados do Brasil e mais 68 municípios em áreas de segurança nacional, surgindo a abominável figura de governadores e prefeitos biônicos.
Em 2 dois de outubro, estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) entram em conflito ideológico com estudantes da Universidade Mackenzie, transformando-se em atos de violência, com muitos feridos. A USP é fechada e transferida para a Cidade Universitária pelos militares. No dia seguinte, o estudante José Guimarães, da USP, é morto no centro de São Paulo. O brigadeiro João Paulo Burnier, chefe de gabinete do ministro Marcio Melo, planejou explodir o gasômetro do Rio de Janeiro, com auxílio do Para-SAR, divisão de elite da Aeronáutica adestrada para salvamento em local de difícil acesso. O capitão-aviador Sergio Miranda de Carvalho negou-se a cumpri-la e ameaçou denunciar Burnier. Sergio foi declarado louco e afastado da Aeronáutica no ano seguinte.
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