Reações adversas da morfina
Os efeitos tóxicos resultam de uma sobredosagem de morfina, caracterizada por depressão respiratória, (uma diminuição da frequência respiratória e/ou volume tidal, respiração de Cheyne-Stokes, cianose), contracção das pupilas, extrema sonolência que pode progredir para coma, flacidez dos músculos esqueléticos (quando a língua perde rigidez pode bloquear as vias respiratórias), pele húmida e pegajosa, retenção urinária, náuseas, vómitos, hipotermia, edema pulmonar e, algumas vezes, bradicardia e hipotensão.
Em casos graves de sobredosagem pode ocorrer apneia, colapso respiratório, paragem cardíaca e morte (que se deve geralmente a falha respiratória).
Dose
Concentração no sangue (μg/dL)
Terapêutica / normal
1-7
Tóxica
10-100
Letal
> 400
Tabela 2: Relação entre a dose e a concentração sanguínea
A morfina é metabolizada essencialmente no fígado, tracto gastrointestinal e rins. Como tal, pode causar hepatotoxicidade ou nefrotoxicidade durante o seu metabolismo, principalmente em doentes com disfunção hepática ou renal.
Na maternidade, o uso de morfina requer cuidados especiais. Recém nascidos com mães viciadas em morfina nascem com síndrome de abstinência, no entanto, quando as mães apenas consomem uma ou outra vez durante a gravidez não há aumento significativo na ocorrência de defeitos congénitos nos bebés.
A nível respiratório, a morfina pode induzir sintomas semelhantes aos da asma e rinite.
A nível do SNC, a morfina é responsável por distúrbios visuais, depressão, sedação, coma, euforia, disforia, fadiga, agitação, nervosismo, tonturas e, menos frequentemente, delírios e insónias.
Tratamento em caso de intoxicação:
Na sobredosagem aguda por um opiáceo, por via oral, o estômago deve ser esvaziado, administrando-se carvão activado. Pode ainda ser administrado um laxativo para ajudar o peristaltismo.
Em caso de intoxicação deve dar-se atenção imediata ao restabelecimento da troca respiratória adequada, através de