Reatores anaeróbios
A digestão anaeróbia ocorre em diversos ecossistemas naturais, como no rumem de bovinos e em sedimentos aquáticos de lagos de águas doces ou salgadas. Com o intuito de reproduzir esses fenômenos naturais de forma compacta foram criados os ecossistemas artificiais. Estes consistem das lagoas e dos reatores anaeróbios.
Inicialmente os reatores anaeróbios foram concebidos para tratar resíduos semi-sólidos como estrume de animais, lixo doméstico e para a estabilização de lodos provenientes dos tratamentos primários e secundário de efluentes. Esses reatores se constituem de tanques simples, sem recirculação de lodo com ou sem agitação. Seus tempos de retenção variam de 15 a 60 dias. São chamados de reatores convencionais, de baixa taxa.
A partir da década de setenta surgiu uma nova concepção de reatores anaeróbios para tratamento de efluentes líquidos. Eles se baseiam no princípio de acúmulo de biomassa dentro do reator, pela sua retenção ou recirculação. Assim o tempo de retenção do líquido é diferente e independente do tempo de retenção do lodo, possibilitando o tratamento de efluentes a tempos de retenção hidráulica reduzidos (3 horas a 5 dias). São os reatores de alta taxa. Alguns dos tipos principais estão representados na Figura 2.
O reator anaeróbio de fluxo ascendente e manto de lodo retêm biomassa através de um decantador localizado no topo do reator e os gases são separados por defletores localizados na base dos decantadores. É hoje um dos reatores mais utilizados. Se destaca pela sua simplicidade e a não necessidade de material de enchimento. Foi um dos primeiros reatores a atingir altas taxas de aplicação de matéria orgânica, após o reator de contato e o filtro anaeróbio, despertando grande interesse nas pesquisas por novos reatores anaeróbios.
Os reatores anaeróbios de contato retêm biomassa através de sedimentação e retomo do lodo. Para se lograr a sedimentação dos sólidos é necessário um decantador e desgaslificador.
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