Realismoe naturalismo
Na década de 70 surge a chamada Escola de Recife, com Tobias Barreto, Sílvio Romero e outros, aproximando-se das idéias européias ligadas ao Positivismo, ao Evolucionismo e, principalmente, à filosofia alemã. São os ideais do Realismo que encontravam ressonância no conturbado momento histórico pelo Brasil, sob o signo do abolicionismo, do ideal republicano e da crise da Monarquia.
Em 1857, o mesmo ano em que no Brasil era publicado O guarani, de José de Alencar, na França é publicado Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura universal. Em 1865, Claude Bernard publica Introdução à medicina experimental, com uma tese sobre a hereditariedade. Em 1867 Émile Zola publica Thérèse Raquin, inaugurando o romance naturalista.
No Brasil considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo. De fato, esse foi um ano fértil para a literatura brasileira, com a publicação de dois romances fundamentais, que modificaram o curso de nossas letras: Aluísio Azevedo publica O mulato, o primeiro romance naturalista do Brasil; Machado de Assis publica Memórias póstumas de Brás Cubas, o primeiro romance realista de nossa literatura.
Na divisão tradicional da história da literatura brasileira, o ano considerado data final do Realismo é 1893, com a publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Souza, obras inaugurais do Simbolismo. No entanto, é importante salientar que 1893 registra o início do Simbolismo, mas não o término do Realismo e suas manifestações na prosa, com os romances realistas e naturalistas,