realismo e anti-realismo
Realismo e anti-realismo
Há um debate antigo na filosofia entre duas escolas de pensamento opostas chamadas realismo e idealismo. O realismo sustenta que o mundo físico existe independentemente do pensamento e da percepção humana. O idealismo nega-o — afirma que o mundo físico é de algum modo dependente da atividade consciente dos seres humanos. A muitas pessoas, o realismo parece mais plausível do que o idealismo. Pois o realismo se acomoda bem à perspectiva do senso comum de que os fatos sobre o mundo estão “lá fora” esperando ser descobertos por nós, ao passo que o idealismo não. De fato, à primeira vista, o idealismo pode parecer uma tolice. Uma vez que as rochas e as árvores presumivelmente continuariam a existir ainda que o gênero humano se extinguisse, em que sentido a sua existência depende das mentes humanas? Na verdade, a questão é um pouco mais sutil do que isso, e ainda hoje continua a ser discutida pelos filósofos.
Embora a disputa tradicional realismo/idealismo pertença a uma área da filosofia chamada metafísica, nada tem de particular, de fato, a ver com a ciência. O nosso interesse neste capítulo é por um debate mais recente que é especificamente sobre a ciência, e que de certo modo é análogo à disputa tradicional. O debate é entre uma posição conhecida como realismo científico e a sua oposta, conhecida como anti-realismo ou instrumentalismo. A partir de agora usaremos a palavra “realismo” para designar o realismo científico, e “realista” para designar o realista científico.
O realismo e o anti-realismo científicos
Assim como muitos “ismos” filosóficos, o realismo científico aparece em muitas versões diferentes, e por isso não pode ser definido de uma maneira totalmente precisa. Mas a idéia básica é simples. Os realistas sustentam que o objetivo da ciência é fornecer uma descrição verdadeira do mundo. Isso pode parecer uma doutrina completamente inócua. Visto que ninguém pensa, certamente, que a ciência