Realismo Portugues
O projeto literário do Realismo
Em uma conferencia intitulada “A literatura nova (o realismo como nova expressão da arte)”, o escritor português Eça de Queirós define, em linhas gerais, o projeto literário da nova estética: “o Realismo é a anatomia do caráter”.
Eça diz que :
É a critica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.
Eça de Queirós.
Eça resume os objetivos que norteiam toda a literatura realista; uma representação da realidade que permita entender a origem de praticas e comportamentos sociais negativos.
Para realizar a analise, os escritores realistas adotarão a razão e a objetividade de como lentes através das quais observam a realidade. O que revelam é uma burguesia hipocritica e fútil, que explora o proletariado enquanto professa o amor à justiça e à igualdade.
Os agentes do discurso
As condições de produção e de circulação dos romances realistas são essencialmente as mesmas que vimos para a narrativa romântica. Os folhetins continuam sendo o principal modo de divulgação das novas obras.
O realismo e o publico
O desejo de compreender as transformações sociais levava o publico a procurar obras em que a idealização romântica fosse substituída por uma postura racional.
No Brasil, Machado de Assis também espantou o publico após a publicação de seu romance mais ousado, Memórias póstumas de Brás Cubas. A causa do espanto, porém, a estrutura dessa narrativa rompia todas as expectativas de um leitor acostumado aos romance românticos.
A historia não contava nenhum dos ingredientes folhetinescos destinados a conquistar o público da época. Não havia um protagonista de caráter