Realismo, contexto histórico
É na segunda metade do século XIX que a Europa se vê arejada por novos ventos políticos, científicos, sociais e religiosos. Neste contexto, surge na França um movimento artístico cuja influência se estendeu a numerosos países europeus, chamado Realismo. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalismo progressivamente mais dominador. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem.
O Realismo surge numa época marcada pela artificialidade, formalidade e exagero, típicos do Romantismo. Numa sociedade emergida numa sentimentalidade mórbida e religiosa. Nisso surge um movimento totalmente contrário.
A palavra Realismo denota ação e designa uma forma de interpretar a realidade, O Realismo propunha-se a reagir pela observação objetiva dos objetos e das situações, contra os excessos da imaginação na arte romântica. O seu princípio era Representar a Realidade, quer o assunto fosse bonito ou escandaloso, feio ou exuberante, nobre ou trivial, com o objetivo de alçar a beleza á fraternidade e a justiça.
O Realismo é uma base filosófica para todas as concepções do espírito – uma lei, uma carta, uma guia, um roteiro do pensamento humano na eterna religião do belo, bom e do justo. É a negação da arte pela arte, é a proscrição do enfático e do piegas, É a abolição da retórica considerada como arte de promover a comoção; é a análise com fito na verdade absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reação contra o romantismo: O Romantismo era a apoteose do sentimento; O Realismo é a anatomia do