Raízes do Brasil
Nota de Esclarecimento:
- Em Raízes do Brasil não se reconstrói a história da sociedade brasileira. OS capítulos do livro não narram a sequência de eventos e processos. Cada um deles examina as formas de sociabilidade que podem ser situadas no tempo, mas cujo objetivo é reconstruir fragmentos de formas de vida social, de instituições e mentalidades, nascidas no passado, mas que ainda faziam parte da realidade que Sérgio Buarque acreditava estar superada (ou em vias de se superar).
- R.B. tenta reconstruir aquilo que nos singulariza como sociedade. Procura reconstruir a identidade “tradicional”, entendida como arcaica que tende a ser superada pela sociedade brasileira em “revolução”.
Para Pensar:
- “O fruto do nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem”.
- “Em terra onde todos são barões, não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida”.
Fronteiras da Europa:
- Raízes do Brasil tem enfoque e senso de complexidade. Une Portugal e Espanha no que chama de iberismo, unidade que se desmanchará em seguida. Há diferenças de colonização, que mais tarde serão entendidas.
- Demonstra as origens mais remotas dos traços que estudará: tradicional personalismo, donde provem a frouxidão das instituições e a falta de coesão social.
- Aponta a ausência do princípio de hierarquia e a exaltação do prestígio social em relação ao privilégio.
- Registra a existência da repulsa pelo trabalho regular e atividades utilitárias (do que decorre a falta de organização).
- Aponta um paradoxo: renúncia à personalidade pela obediência cega: “única alternativa para os que não concebem disciplina baseada nos vínculos consentidos, nascida em geral da tarefa executada com o senso de dever. ‘A vontade de mandar e a disposição para cumprir as ordens são-lhes igualmente peculiares [aos ibéricos]. As ditaduras e o Santo