Raízes do brasil
Ricardo França[1]
Referência
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Sérgio Buarque de Holanda, nascido em São Paulo em 11 de julho de 1902, foi um dos explicadores do Brasil, isto é, alguém que, por meio de uma respeitável obra, procurou tornar o país mais inteligível aos próprios brasileiros. Seu interesse oscilou entre a literatura e a história, sempre abordadas pelo viés da sociologia, especialmente a da escola alemã, mais precisamente a de Max Weber. Hoje, Sérgio Buarque de Holanda, falecido em 1982, é considerado um dos mais eminentes intelectuais brasileiros do século XX. Suas principais obras foram Raízes do Brasil (1936), Monções (1946) Índios e mamelucos na expansão paulista (1949), Caminhos e Fronteiras (1957), Visões do Paraíso (1958), História Geral da Civilização Brasileira org. (1960-72) e Capítulos da Literatura Colonial (1991).
Entender o processo de transfigurações sociopolíticas vivido pela sociedade brasileira nos anos 1930: eis a problemática central na qual o historiador Sérgio Buarque de Holanda debruça-se em seu ensaio historiográfico Raízes do Brasil. Publicado em 1936, a obra procura reconstituir a formação da identidade nacional brasileira, extremamente fraturada e em constante devir. Evocando as formas de vida social, de instituições e de mentalidades em sua narrativa de caráter digressivo, o autor busca reconstruir toda a lógica de como nossa sociedade e cultura foram forjadas ao longo da História. O livro é composto por sete capítulos que conduzem o leitor, seduzido por sua belíssima linguagem, a compreender a singularidade de nossa identidade em sua pluralidade de elementos. A obra não é necessariamente um livro de História. O autor, altamente influenciado pela Sociologia alemã de Max Weber, disseca os eventos e fatos históricos com o objetivo de identificar as amarras que aprisionavam o desenvolvimento do país no início do século XX. Segundo Weber, “o