Raízes do Brasil

Sérgio Buarque de Holanda propôs, assim como outros historiadores e especialistas da área, conhecer e analisar a mentalidade político social e as relações e estruturas sociais da sociedade brasileira à partir da história da Nação. Sérgio Buarque inicia sua obra analisando o contexto político da Europa antes da era dos descobrimentos e explica que a história do Estado brasileiro está intimamente ligado com as culturas dos povos que aqui colonizaram. Sociedade Portuguesa: Para começar, Portugual se afirmava no conjunto da Europa, assim como a potência vizinha na península ibérica, como um país autônomo, com tendência de voltar-se para fora. Com a experiência acumulada nos séculos XIII e XIV no comércio de longa distância, os portugueses se tornaram uma sociedade que assumiu o controle do comércio internacional. Sérgio Buarque de Holanda deixa claro que Portugal e Espanha tinham uma sociedade diferente da de outros reinos. E era verdade: Portugal não escapoiu à crise geral do ocidente da Europa, mas a enfrentou em condições políticas melhores porque sua nobreza era diferenciada. Isto ocorreu porque houve uma disputa em torno da sucessão ao trono português e que revoltou a burguesia de Lisboa, levando a um desfecho diferente das revoltas camponesas.
Capítulo 1 - Fronteiras da Europa: No primeiro capítulo da obra, Sérgio Buarque mostrou que os países Ibéricos eram os que faziam fronteiras entre a Europa e o mundo através do mar. Ficavam um pouco à margem do resto da Europa, inclusive no que se refere às navegações, das quais foram pioneiros. Para os países Ibéricos cada homem tinha que depender de si próprio. Eles não possuíam uma hierarquia feudal enraizada, por isso a burguesia mercantil se desenvolveu primeiro nesses países. Somado a isso, havia o relaxamento organizacional que estava muito presente na história de Portugal e, conseqüentemente, no Brasil. Para Sérgio Buarque, a aparente anarquia ibérica era