Razão prática e autonomia para Kant
OBJETIVO DESTE ENSAIO:
Com este ensaio, pretendo defender a tese de Kant relativa à razão prática e autonomia, e de como esta se verifica. Para o fazer, vou utilizar argumentos do próprio Kant, de Königsberg e a minha opinião, relativos ao assunto em questão.
Na Crítica da Razão Pura, Kant demonstrou a possibilidade das ciências matemáticas e naturais e acabou chegando à negação de uma metafísica que se apoia na mesma objectividade e universalidade dessas ciências. A razão teórica ficaria limitada ao âmbito da experiência, então só podemos conhecer os fenómenos que nos são acessíveis pelos sentidos. Para Kant, os temas da metafísica como liberdade, imortalidade da alma e Deus, não são objectos de conhecimento. Rousseau já havia condenado a pretensão da filosofia iluminista de buscar o bem no acréscimo de conhecimento. O progresso humano no campo especulativo não significa o progresso moral do homem. A partir da impossibilidade da metafísica enquanto conhecimento, Kant precisa construir uma crítica para conhecer as possibilidades que a razão dispõe para elaborar uma metafísica. Na Crítica da Razão Prática, Kant demonstra que a razão pura é prática por si mesma, ou seja, esta dará a lei que alicerça a moralidade, a razão e fornece as leis práticas que guiam a vontade. As leis práticas são princípios práticos objectivos, são regras válidas para todo ser racional. Estas diferenciam-se das máximas que são princípios práticos subjectivos, são, no fundo, regras que o sujeito considera como válidas apenas para sua própria vontade. "Admitindo-se que a razão pura possa encerrar em si um fundamento prático, suficiente para a determinação da vontade, então há leis práticas, mas se não se admite o mesmo, então todos os princípios práticos serão meras máximas".
Para Kant, se os desejos, os impulsos, impressões, ou qualquer objecto da faculdade de desejar forem condições para o princípio da