Razao e sentimento
Segundo muitos pensadores os sentimentos são um alvo a eliminar pois podem deturpar seriamente uma análise. Bastaria aqui recordar Martin Heidegger que na sua busca filosófica afirma que “mesmo os mais belos sentimentos não pertencem à filosofia.” Para se atingir um conhecimento verdadeiro teríamos então que pôr de lado todo e qualquer estado emocional que pudesse afectar a nossa perspectiva. No entanto, este filósofo, diz-nos que é necessário que nos deixemos tocar pelo objecto que queremos conhecer. Para chegar ao real precisamos de ter relação com ele. Ao defender esta tese, Heidegger, parece entrar em contradição. Mas não será todo o conhecimento objectivo fruto de uma análise que parte da nossa subjectividade? Não será esta proposta demasiado exigente para o ser humano?
Geralmente os filósofos da corrente racionalista afirmando o primado da razão entendem que os sentimentos pertencem ao campo do irracional e, como diria Voltaire, “A razão consiste em ver sempre as coisas como elas são.” Ou seja, aqueles que fazem a sua análise do mundo carregados com toda a sua carga afectiva e emocional não estarão a ver as coisas como elas são.
Acredito que alguns estados emocionais podem, efectivamente, deturpar a percepção de uma realidade. Percebo alguns dos