Ratos de laboratório
Saiba como são tratadas as cobaias preferidas da ciência.
Eles já participaram da invenção da penicilina, das vacinas contra poliomielite e febre amarela e da criação de remédios para hipertensão e antidepressivos. E seguem colaborando na busca de uma cura para o câncer, de tratamentos para problemas cardíacos e estudos sobre ansiedade. Por serem genética e fisiologicamente parecidos conosco e se multiplicarem rapidamente, os ratos e seus primos — camundongos, porquinhos-da-índia — são as cobaias preferidas da ciência. No Brasil, há cerca de 70 instituições que produzem esses animais. A Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, uma das maiores produtoras nacionais de ratos de laboratório, libera 170 mil animais por ano para experimentos. Eles podem ser pedidos por telefone ou e-mail. Fora do país, há empresas que até aceitam as compras online. Os ratinhos que vão dedicar sua vida e morte à ciência são tratados como reis e vendidos ao preço médio de R$ 15 para os laboratórios, onde vão perambular por labirintos, nadar em piscinas que não dão pé, beber e fazer sexo até alcançarem uma morte serena — ou virarem comida de cobra.
Os roedores que existem apenas porque a ciência precisa deles nascem nos biotérios (do latim “lugar onde fica a vida”), uma espécie de berçário que segue normas rígidas de higiene e conforto ditadas por órgãos internacionais como AAALAC (Associação para Avaliação e Validação dos Cuidados com Animais de Laboratório) e Iclas (Conselho Internacional para Animais de Laboratórios Científicos). A ideia é mantê-los limpos e livres de doenças, para não comprometer os resultados dos estudos. “Na investigação de uma parasitose, o animal pode apresentar um sintoma de uma doença que já tinha, e não da pesquisada”, diz o veterinário Joel Majerowicz, diretor do Centro de Criação de Animais de Laboratório (Cecal), da Fiocruz.
Para manter os ratos longe de vírus, germes e bactérias, os