Ratner
1 - Psicologia Humanista
De acordo com o autor a Psicologia Humanista apresenta um caráter associal para a loucura e suas causas, pois ela a vê como um construto inato do indivíduo e não como algo que provém das relações sociais, desde o âmbito macrossocial até o microssocial. Para a Psicologia Humanista, o foco é o modo como o indivíduo interpreta suas experiências, ou seja, como o fênomeno experenciado no mundo externo é trabalhado, visto, interpretado pelo sujeito. Se o sujeito apresenta uma disfunção em relação a sua mentalidade, é devido ao fato dele experenciar o mundo de tal maneira que essa seja sua maneira de ser e estar nesse mundo, portanto as relações sociais não tem relação direta com a loucura da pessoa.
2 - posicionamento
O autor apresenta uma perspectiva muito interessante sobre o fenomeno da loucura. Pela exposição do autor, pode-se pensar que nossa sociedade atual é extremamente destrutiva para os indivíduos, ao passo que ela massifica e despersonaliza as pessoas. Porém, acredita-se que o autor apresenta um posicionamento muito radical em relação a outras perspectivas. As abordagens terapêuticas - psicanálise, comportamental e humanista - não desprezam integralmente o fator social, isso apenas não é o foco de tais teorias. Ratner por outro lado, parece se focar tanto na questão das relações sociais que parece não levar em conta questões subjetivas e genéticas do indivíduo, de modo que ele acaba fazendo exatamente aquilo que ele critica nas outras visões: ver um homem como social, esquecendo-se da parte biológica e psicológica (subjetiva). Além disso, a proposta de Ratner de usar a Psicologia Sócio-Histórica como psicoterapia, apesar de ser muito interessante, parece ser pouco efetiva para a mudança do indivíduo, pois não basta somente elucidar as causas sociais de seus problemas para que o sujeito melhore.