Rascunho modelo pim ii
O superávit da balança comercial brasileira em 2013 foi de apenas US$ 2,5 bilhões. Não fossem as distorções causadas pelas operações da Petrobrás, o País teria registrado seu primeiro déficit comercial em 13 anos. Já o déficit em conta corrente, que inclui também as contas de serviços, deve ter fechado o ano em US$ 80 bilhões (3,6% do PIB). O pior é que esses péssimos resultados nas contas externas ocorreram num ano em que o crescimento do PIB não deve ter alcançado minguados 2,5%, a inflação de preços livres superou o teto da meta de 6,5% (os administrados, como se sabe, estão virtualmente congelados) e houve expressiva deterioração das contas públicas.
Com esse legado macroeconômico, o Brasil em 2014 dependerá, crucialmente, não só de suas ações, mas também do bom desempenho das economias desenvolvidas e, evidentemente, também da China. Quanto maior for o diferencial (positivo) entre o crescimento médio dessas economias e o da brasileira, maior será o ajuste das nossas contas externas, sem pressões exageradas e desestabilizadoras sobre a taxa de câmbio.
Vejamos, então, as perspectivas para a economia global em 2014.
A China não deverá concorrer, na margem, para a elevação do crescimento mundial. Um cenário que me parece relativamente otimista é que a segunda economia do mundo cresça em torno de 7% e que as complexas reformas para o reequilíbrio macroeconômico do país se desenvolvam sem sobressaltos, o que, obviamente, não está garantido.
A zona do euro, sem ter resolvido seus intrincados problemas estruturais, que tornam sua economia pouco eficiente, continuará apresentando desempenho pífio. Segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a região crescerá 1% em 2014, após provável queda de 0,4% em 2013. Mas mesmo essa moderada recuperação se dará de forma extremamente desigual entre os Estados-membros, com a manutenção de taxas de desemprego insuportavelmente elevadas nos países periféricos.