Ramos de azevedo
Janice Theodoro Departamento de História, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/Universidade de São Paulo
1. Em 1850 foi apresentado à Comissão Permanente um projeto de pos-
tura que caracterizava, em detalhe, os novos padrões de uso e ocupação do solo. Os artigos que mais diretamente se referem ao tenla tratado acima são os seguintes: "Ar!. 3". Fica igualmente proibido nas três freguesias da cidade (Sé, Braz, e Santa Ifigênia) conservarse vagando pelas ruas e praças - cabras, e bem assimo costume fazer de brigargalos nos meSlnos lugares. Contraventores incolTerãonas penas do alt. lQ;M. 4Q.Fica proibida a criação de pombos e galinhas soltos pelas ruas e praças da freguesia de Sé, Santa Itlgênia e Brás. Os cootraventaresincolTeràoem multa de 2 a 4$OOOrs". 2. Em 1920 um Parecer da Comissão de Justiça da Cãmara decreta: "M. 1Q. Fica a Prefeitura autorizada a reorganizar o serviço de extinçào de
A cidade de São Paulo guardou por muitos séculos o seu perfil desenhado de acordo com o imaginário colonial. O casario não trazia as marcas da monumentalidade (característica de cidades como Salvador ou Rio de Janeiro), as casas não respeitavam normas de alinhamento, animais andavam soltos pela ruaI, o mato crescia em terrenos abandonados, e os formigueiros2 eram tema constante de crítica à política da Câmara, incapaz de transformar São Paulo numa cidade que agradasse ao "visitante europeu". Iniciamos o século XIX, mais envolvidos em temas ligados à vida do campo do que da cidade. As transformações foram profundas a partir da segunda metade do século XIX e principalmente na primeira metade do século XX3.A mudança não foi apenas quantitativa mas qualitativa. O século XIX representará, neste sentido, a passagem de uma cidade com uso e sociabilidade rurais para uma cidade capaz de gerenciar um novo tipo de relações sociais. A busca destes novos, referenciais corresponderá às expectativas