raiva
Depois do exame de DNA fiquei com muita raiva da minha mãe, porque a única forma de ser feita justiça seria ela não ser realmente a minha mãe, o que não é possível, bom passei por esse período de raiva latente em que agredi minha mãe sutilmente, já que não sou capaz de trata-la mal como necessitava meu espírito, passando esta fase a raiva ficou escondida, mas muito viva dentro de mim, até que o terapeuta me indicou uma dinâmica onde eu teria que arranjar uma cadeira de madeira e colocar toda a minha raiva em cima dela, vou descrever esta experiência agora:
Meu marido achou uma cadeira na rua de madeira com estofamento preto no acento e encosto, então esperei todos saírem de casa numa terça-feira, peguei um canetão hidrográfico e escrevi palavras da seguinte forma:
Encosto frontal- Mãe sequestradora, irmã lourinha, irmã mimada.
Costas da cadeira- reconhecimento, compensação, ressarcimento, amor perdido.
Acento da cadeira- injustiça, rejeição, ódio, raiva decepção.
Depois de escrever estas palavras peguei um dos pés da cadeira que já estava solto e bati nela, mas como doía a mão achei melhor e mais condizente com minha raiva pular em cima e chutar a cadeira, até destruí-la completamente, os pedaços que ficaram grandes apoiei na parede e chutei bem no meio até quebrar e para finalizar, peguei um pedaço da cadeira com uns parafusos enfincados e bati em todo o estofamento perfurando tudo até quase não dar para ver o escrito, quando acabei, não consegui nem olhar para os destroços, saí sem olhar para trás e como estava tremendo e ofegante, pois para quem não sabe esta experiência é muito instintiva, animalesca, primitiva mesmo; tive que me deitar e dar uns gritos para começar a me acalmar, depois orei a Deus e pela fé perdoei minha mãe, mesmo não sentindo aquilo na hora com o tempo estou percebendo a mudança dos sentimentos no meu interior. No outro dia peguei todos os pedaços e coloquei no lixo e foi isso, uma experiência valiosa, para um problema