Rainha Nzinga
“Ginga”
Nzinga Mbandi Ngola, Rainha de Ndongo (Angola) e Matamba, provavelmente nasceu em 1581 e morreu em 1663. Popularmente e carinhosamente chamada de “Ginga”, dedicou sua vida representando a resistência à ocupação do território africano pelos portugueses.
Nzinga era filha do Rei Ngola Kiluanji e de Kangela, meia irmã de Ngola Mbandi (filho sucessor do trono) e irmã das princesas Gambi (ou Cambu, segundo alguns autores) e Fungi. Segundo a tradição, o seu nome “Nzinga” foi-lhe dado porque seu cordão umbilical estava enrolado no pescoço, característica da qual foi dito ser uma indicação de que a pessoa seria orgulhosa e arrogante.
Em 1578, iniciou-se a ocupação dos territórios africanos pelos Portugueses que estavam interessados no comércio de escravos. O rei Ngola Kiluanji, pai de Nzinga, resistiu por muitos anos à ocupação do seu território pelos portugueses. Porém uma parte do território é tomada, surgindo então o primeiro espaço colonial na região. . O Rei Kiluanji se refugia em Cabassa, interior de Matamba, e consegue deter o avanço dos portugueses. Após sua morte, foi sucedido pelo filho Ngola Mbandi que de início também impediu o avanço do comércio escravista. Os portugueses há algum tempo traficavam com os Jagas (chefes) do litoral, agora estavam impedidos de fazê-lo, pois a rota para o interior é controlada pelo então Rei Ngola Mbandi.
Nzinga auxiliou seu irmão participando de negociações com os Portugueses sobre a devolução de territórios já ocupados pelos invasores, estes mesmos que lhes retribuíram as terras em troca da sua conversão ao Cristianismo. Então, Nzinga adquiriu o nome de Dona Ana de Sousa e, posteriormente, as suas duas irmãs, Gambi e Fungi, passaram a se chamar Dona Bárbara e Dona Garcia, respectivamente.
No entanto, os Portugueses não cumpriram com a sua parte do acordo, ao estabelecerem comércio com o Jaga de Cassanje. A adesão de alguns Sobas (chefes) africanos, incluindo Ngola Mbandi, à política de comércio dos