Radiologia Industrial
Dos desastres radioativos ao terrorismo atual: quem sofre mais são as crianças
From radioactive disasters to terrorism: the children are those who suffer more
N
o meio ambiente, as pessoas estão expostas a diversas fontes naturais de radiação provenientes do solo, ar e água e, também, não naturais, como médicas, militares
(1)
e outras . No entanto, infelizmente grande parte do conhecimento científico envolvendo radiação e saúde provém dos desastres(2).
O Projeto Avalon da Faculdade de Direito em Yale
(EUA) estimou a morte, em 1945, de 66.000 pessoas das
255.000 expostas à bomba atômica em Hiroshima (Japão) e de 39.000 das 195.000 em Nagasaki (Japão)(3).
Um pico de leucemia na infância ocorreu 5 a 6 anos após a detonação das bombas: 46 casos naqueles indivíduos que eram menores de 19 anos na época (16 casos de leucemia linfóide aguda, 18 de leucemia mielóide aguda,
10 de leucemia mielóide crônica e 2 de outras)(4).
Em abril de 1986, o desastre no reator da Usina de
Chernobyl (Ucrânia) provocou uma contaminação por plutônio, césio e iodo radioativo de uma área maior que
21.000 km2, em especial na Ucrânia, Bielo-Rússia e
Rússia. Um total aproximado de 17 milhões de pessoas foi exposto à radiação, incluindo 2,5 milhões com idade abaixo de cinco anos de idade. O primeiro efeito tardio documentado, iniciado quatro anos após a exposição, foi o grande número de casos de câncer na tireóide em crianças e adolescentes, especialmente nos que tinham menos de quatro anos de idade na época do acidente(5).
Vinte anos depois, a área permanece inabitada(1,2).
No acidente com a bomba de césio-137 em Goiânia
(Brasil), cerca de 250 pessoas foram expostas a diferentes doses. Quatro morreram por efeito agudo da radiação e várias apresentaram desde queimaduras agudas a diversas doenças crônicas(1,2).
Os efeitos da radiação dependem de vários fatores, sendo que o elemento envolvido, a dose e a idade da pessoa exposta parecem estar entre