Radicaliza O Dos Movimentos Jovens
A segunda metade dos anos 60 foi marcada, também, pela radicalização dos movimentos jovens e pela contracultura, com os hippies e o psicodelismo. Foi nesse cenário que o movimento estudantil se destacou no mundo inteiro, ao contestar os sistemas capitalista e comunista.
Em meados da década de 1960, enquanto a violência racial e o conflito do Vietnã agitavam os Estados Unidos, surgia uma concentração de fenômenos a que os analistas sociais deram o nome de contracultura. A juventude de classe média começava a postular ideias e a conduzir-se de modo totalmente oposto aos valores apregoados por uma sociedade moralista, racista, consumista e tecnocrata.
Segundo alguns autores, não é estranho que a contracultura tenha surgido no seio da sociedade norte-americana, pois foi justamente nos Estados Unidos que a tecnocracia – sociedade gerenciada por especialistas técnicos e seus modelos científicos – atingiu o auge de seu desenvolvimento, obrigando o jovem a adaptar-se rapidamente a uma realidade mecânica, árida e desprovida de qualquer impulso criativo. Com isso, a contracultura se tornou a forma de expressão mais importante dessa parcela de jovens que procuravam “cair fora” (filosofia do drop out) dos padrões estabelecidos por essa sociedade, para construir um mundo alternativo com uma “cultura” própria.
Portanto, tendo como ponto de partida a sociedade norte-americana, a intenção fundamental dos movimentos de contracultura foi contestar a visão de mundo racional e bitolante que prevalecia na sociedade ocidental contemporânea. Afinal, capitalistas e comunistas, a partir de um controle burocrático, privado ou estatal, demonstravam ter mais coisas em comum do que eles próprios podiam acreditar. Ambos viam o mundo como uma coisa objetiva, que deveria ser controlada a partir de modelos ideológicos preestabelecidos. A contracultura contesta essa concepção ao abrir a possibilidade de outra visão além dessa realidade dualista estabelecida