Radicais gregos e latinos
Num qualquer domvs ivstitiae deste país o juiz manda chamar a última testemunha de um assalto: - Boa nocti, qual o seu onimo? – pergunta o juiz. - Boa noite “sotor” juiz , vim com o meu amigo “manel”, lá da rua. – responde a testemunha com voz embargada. - Eu perguntei como se chama, e não como veio até aqui. Corrige o juiz. - Ambrósio, “sotor” juiz. - O senhor assistiu in loco ao roubo? - Não, eu não estou louco, só vim aqui porque telefonaram à minha Gertrudes, e ela obrigou-me a vir cá. - Desculpe, mas o que eu estava a perguntar é se o senhor viu com os seus oftalmos, o clepto. – explica-lhe o juiz. - Se vejo a dois palmos ? Se tenho netos? Ai ai ai ai ai a minha vida... – Desabafa a testemunha. O juiz, já sem paciência para explicar as próprias perguntas, dá continuidade ao questionário. - Certo. O senhor estava mono? -Ai a minha vidinha.... já me chamou de louco, agora de mono, começo a estar farto disto. Mas o que estou eu aqui a fazer? – Lamenta-se o senhor Ambrósio. - Respeito senhor Ambrósio. – Exclama o juiz. – Houve um assalto na sua rua, onde foi roubada a burra da dona Arminda. -Olhe que ela não é burra, a Mindinha até tem carta de bicicleta! - afirma a testemunha, visivelmente baralhada. - Sim, mas roubaram-lhe a burra, hoje à tarde. – repete o juiz. - É verdade e eu também vi! Concorda o Ambrósio. - Quantos eram os assaltantes? – questiona, mais uma vez, o juiz. - Eu vi passar dois. - Reconheceu