RACISMO
Precisamente devem-se encontrar soluções de maior adequação à realidade concreta que muitos países dispõem atualmente, ao lado de políticas universalistas fundamentadas no princípio de não discriminação e, portanto, cegas diante das diferenças, de medidas específicas que determinem a adoção da chamada ação afirmativa em favor dos negros, minorias étnicas, grupos religiosos, etc.
Antes de tudo, deve haver mudança de comportamento das pessoas. Isto requer a compreensão mínima de que o modelo de hierarquização racial é produto da história colonial e resulta também de oportunidades negadas e de injustificáveis exclusões sociais que perduram até hoje. Significa, portanto, que a discriminação racial não é uma questão que diga respeito somente aos discriminados, mas concerne a população no seu todo, incluindo os seus beneficiários. Impõe-se, por isso mesmo, uma articulação dos grupos vítimas do racismo com as outras organizações da sociedade civil para denunciar e combater práticas discriminatórias em todas as frentes. A noção da igualdade regula a sociedade democrática contemporânea e tornou-se a exigência moral segundo a qual todas as pessoas devem ser tratadas da mesma forma como cidadãos. Todos são considerados iguais em referência a qualidades constitutivas da natureza humana como a razão, a responsabilidade moral, a liberdade. Nesse sentido, a igualdade supõe que consideremos as pessoas diferentes como equivalentes, mas não forçosamente idênticas. De acordo com essa lógica, as desigualdades de condição social existem, devendo