racismo e realismo
Após a Renascença, há o grande racionalismo clássico moderno onde a figura mais conhecida é a de René Descartes
(1596-1650), considerado o primeiro filósofo moderno, que insiste ainda mais que se deve fazer o que é racionalmente necessário para que o ser humano se transforme no senhor do mundo. É o primeiro a escrever, depois de séculos de domínio do latim, em língua moderna, no caso o francês.
Autor de O discurso do Método, Descartes propõe-se a duvidar de tudo o que se sabia até então e a procurar alguma verdade que não pudesse ser posta em dúvida. Tal verdade deveria ser a nova base para todo conhecimento. Assim, podemos duvidar da existência de Deus; podemos duvidar de tudo que conhecemos pelos sentidos; podemos até duvidar da existência do mundo físico fora de nós. Mas não podemos duvidar de que duvidamos, ou seja, da existência da dúvida e da existência de quem duvida. Portanto, se eu duvido, eu sou. Se eu penso, então eu existo (Cogito, ergo sum: é a frase em latim, escrita por Descartes).
E a existência de Deus, do mundo, deve ser baseada neste fundamento:
Eu. Eu, o sujeito humano, a razão humana, deve ser o (pagina 48) único ponto de partida para qualquer verdade. Esse é o princípio da ciência. Mas também da ética: só será bom aquilo que for bom para cada homem. Vejamos um exemplo no campo do conhecimento: só se o ser humano provar que Deus existe, Deus existirá. Se não o conseguir provar, Deus não existirá.
Como percebemos, a existência de Deus passa a depender da prova realizada pelo ser humano. É isso que podemos denominar de visão antropocêntrica da modernidade: anthropos é o termo grego que significa homem. Se a visão medieval é teocêntrica, e a antiga é fisiocêntrica, agora passamos ao antropocentrismo. Eis outro exemplo do pensamento moderno. Thomas
Hobbes (1588-1679), filósofo inglês; além de defender uma visão materialista (tudo é apenas corpo) e mecanicista (toda a realidade funciona como se