Racionamento De Agua
Roberto Kishinami
Físico especializado em planejamento energético e meio ambiente.
Foi diretor-executivo do Greenpeace no Brasil de setembro de 1994 a abril de 2001, onde serviu por nove anos.
Participou dos principais estudos de planejamento do gás natural, tendo sido responsável por estudos de mercado de conversão em todas as regiões onde hoje está presente o gás natural.
Ciclo de Palestras sobre Meio Ambiente - Programa Conheça a Educação do Cibec/Inep- MEC/SEF/COEA, 2001
1. Eletricidade e água no Brasil
A presente escassez de eletricidade, dramática na região Nordeste, afetou o cotidiano da população e trouxe mudanças de hábito que, se ocorrem forçadas pelo racionamento neste momento, podem vir a fazer parte de um compromisso cidadão com o crescimento sustentado da economia brasileira. Esta passagem, de resposta positiva ante uma emergência coletiva para um comportamento consciente, exige a compreensão de aspectos essenciais do sistema elétrico brasileiro e suas relações com os diferentes usos das águas por todo o território dois temas importantes da agenda socioambiental brasileira e internacional.
Além destes dois temas imediatos energia elétrica e água , um terceiro passa a ter importância a partir da alternativa adotada para superar a escassez: a termoeletricidade movida pela queima de combustíveis fósseis. Este terceiro tema é o aquecimento global do planeta, provocado pelo acúmulo na atmosfera de gases que resultam da queima de combustíveis fósseis.
Esse aquecimento tem efeitos climáticos já visíveis e é objeto de um acordo internacional assinado por mais de 140 países o Brasil inclusive com o objetivo de revertê-lo ao longo deste século. Finalmente, um quarto tema estará subjacente ao racionamento: a crítica aos padrões de consumo insustentáveis das sociedades industrializadas. Esse tema é o mais difícil de transformar-se em ação, embora certamente deva fazer parte do processo educacional. A sua principal