Racionalidade Instrumental e substantiva
Rafael Encinas*
A maior parte dos autores que questionava essa usurpacao das decisoes politicas pela burocracia defendia que deveria haver uma separacao entre politica e administracao. Os politicos seriam responsaveis pelas decisoes relativas aos fins, ou seja, aos objetivos finais que uma sociedade deseja perseguir. Ja os burocratas seriam responsaveis pelas decisoes sobre os meios, sobre como alcancar tais fins. A visao desses autores, que podem ser enquadrados nas Teorias do Controle Politico da burocracia, se baseia muito na afirmacao de Woodrow Wilson, ex-presidente dos EUA e que foi um dos pioneiros no estudo da administracao publica por la. Segundo ele, “politicos nao devem se meter na administracao, assim como administradores nao devem se meter na politica”.
Deve existir essa separacao porque a definicao dos fins e feita principalmente por meio da racionalidade substantiva (etica da conviccao), enquanto a escolha dos meios segue a racionalidade instrumental (etica da responsabilidade). Para entende-las melhor, vamos ver os quatro tipos de acao social classificados por Weber:
Estes dois tipos de etica se baseiam nos tipos de acao social. Segundo
Weber, esta pode ser determinada:
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modo racional, referente a fins: por expectativas quanto ao comportamento de objetos do mundo exterior e de outras pessoas, utilizando essas expectativas como “condicoes” ou “meios” para alcancar fins próprios, ponderados e perseguidos racionalmente;
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De modo racional referente a valores: pela crenca consciente no valor – e tico, estetico, religioso–absoluto e inerente a determinado comportamento como tal, independentemente do resultado;
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modo afetivo, especialmente emocional: por afetos ou estados emocionais atuais;
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De modo tradicional: por costume arraigado.
As pessoas poderiam agir de acordo com uma racionalidade de meios e fins, uma racionalidade de valores, em funcao das emocoes ou