raca negra
Dessa forma, tornavam-se fundamentais a abolição da escravatura e a vinda do branco europeu, processos que acelerariam esse branqueamento. Na ocasião, alguns teóricos nacionais cultuavam as capacidades de alemães e italianos e, em contrapartida, desprezavam nossa origem racial, taxando-a de triste e preguiçosa, preconceitos ainda presentes no nosso meio.
Grosso modo, a abolição da escravatura no Brasil conheceu dois caminhos. No Nordeste, que vivia a decadência da estrutura latifundiária, já que o algodão e o açúcar estavam sem capacidade de concorrência no mercado internacional, os proprietários rurais verdadeiramente não mais podiam manter a mão-de-obra escrava. Como a região não possuía uma economia dinâmica nas áreas urbanas, os negros libertos permaneciam nas fazendas como agregados ou dependentes. Assim, no Nordeste brasileiro a abolição transformou o escravismo num regime de trabalho semi-servil.
No Centro-Sul, com melhor equipamento urbano estimulado pelos investimentos do capital cafeeiro na indústria, o negro pôde ser absorvido pela forma capitalista de trabalho assalariado. Entretanto, o despreparo dessa mão-de-obra e a concorrência do trabalhador imigrante transformaram os contingentes libertos em massas marginalizadas socialmente, executando tarefas de menor qualificação e menor remuneração, realimentando o perigoso círculo vicioso do subemprego e dos preconceitos dele decorrentes como estereótipos sociais.
Vale ressaltar que os imigrantes europeus e asiáticos que hoje compõem boa parte da população brasileira foram também vítimas das nossas classes dominantes, ora pelo não cumprimento dos contratos de trabalho que deveriam reger as relações entre as partes, ora por meros preconceitos, estimulados pela ideia de dependência do imigrante que substituía o braço de trabalho escravo.
As relações sociais no século XX
A marginalização imposta a muitos grupos de imigrantes estimulou o