qwertyu

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exatamente que dever temos naquele caso, ou de as modalidades de cumprirnento do dever, no caso específico, darem lugar a conse- qüéncias que nos parecem contradizer outros nossos deveres ou crengas moráis. Enfim, pode se dar o caso (para sorte nossa, muito raro) em que nenhuma das possíveis solugoes indicadas pela mo¬ral comum consiga salvar todos os valores em jogo, e a escolha, que, aliás, pode ser inevitável, parega ameagar nossa própria inte- gridade moral.
Em todos esses casos (cuja freqüéncia, convém reafirmar, nao deve ser exagerada) as pessoas podem se ver desenvolvendo um trabalho de reflexáo "moral” com o qual o trabalho do filósofo — que podemos chamar de reflexáo "ética" (no capítulo primeiro, § I, vamos esclarecer o uso desses adjetivos) — está em continuidade direta, aínda que seja, como se dizia, num segundo nivel. Se a re-flexáo moral comum diz respeito ao que fazer aqui e agora, a refle-xáo ética procura responder as mesmas perguntas, mas de forma mais geral e abstraía ("o que, em geral, se deve fazer e por qué?) e com instrumentos conceituais mais refinados, elaborados no de-curso da longa historia dessa disciplina. O filósofo examina, por exemplo, a natureza do raciocinio moral e o significado dos termos usados e se pergunta o que significa justificar um juízo moral ou urna agáo moral; indaga a natureza dos métodos de justificagáo para eventualmente estabelecer quais sao apropriados e quais nao o sao e de que, em última análise (ou seja, no nivel do último fundamento), depende a vaiidade deles. Nessa linha, chega tam-bém (sobretudo em períodos de grandes mudanzas) a levar em considerado até mesmo os códigos moráis para verificar critica-mente seus pressupostos, a estrutura e os valores que eles incor- poram, para verse sao adequados as mudanzas a que as sociedades humanas estáo sempre sujeitas e se oferecem respostas plausíveis a essas mudangas; as quais, por sua vez, as vezes, derivam do surgimiento de situagóes que anteriormente estavam fora

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