Quinhetismo
E a Deus erguerei meus ais para no transe ampará-los.
Tanto confiaram em mim construindo esta capela, plantando o bem sobre ela.” Nessa fala de São Lourenço percebemos que Anchieta, tentava mostrar aos índios que Deus estaria ao lado daqueles nativos que estivessem arrependidos e buscassem a salvação seguindo a Igreja. Outro fator importante de ser observado é a forma como os demônios se intitulam com péssimos adjetivos, como notamos na fala de Guaixará: “Sou Guaixará embriagado, sou boicininga, jaguar, antropófago, agressor, andirá-guaçu alado, sou demônio matador.” E desde antes de começar o diálogo com os salvadores, esses já sabem suas sentenças e acreditam na sua derrota “AIMBIRÊ: Ai! Eles me esmagarão! Não posso sequer olhá-los. / GUAIXARÁ: Não te entregues assim não, ao ataque, meu irmão! Teremos que amedrontá-los, As flechas evitaremos, fingiremos de atingidos.” Na tentativa de fazer com que os santos desistam daquele povo, os demônios começam a apontar os erros que aqueles povos indígenas cometiam, difamando suas culturas, que na visão dos portugueses estavam erradas, como o fato de guerrear, a antropofagia (consumir a carne de seus inimigos) e a poligamia: “Têm bebida aos desperdícios, cauim não lhes faltará. De ébrios dão-se ao malefício, ferem-se, brigam, sei lá!”
E Anchieta traça toda a linha de pecado dos antepassados daquele povo numa fala de Aimbirê: “Todos os que aqui habitam desde épocas mais antigas, velhos, moças, raparigas, submissos aos que lhes ditam nossas