Quincas borba e o testamento
O livro Quincas Borba é um romance de Machado de Assis escrito na década de 90. É um livro que seguia a trilogia realista do autor e, utilizando tons de pessimismo e ironia, procura criticar os costumes e a filosofia de seu tempo. Nesse sentido, conta a história de um inocente e ingênuo rapaz (Rubião) que recebe a herança de seu amigo filósofo falecido (Quincas Borba). Porém, todos os bens foram deixados a ele com a condição de cuidar do cão de estimação do falecido.
“QUANDO o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por quê.
Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias, dinheiro amoedado, livros,-tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas pessoa humana.
Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura decente em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo. e os recolheria a uma urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa[...].”
No enredo, Rubião parte para o Rio de Janeiro e lá conhece dois personagens que se aproveitarão da sua ingenuidade (Cristiano e Sofia). Rubião deixa-se guiar pelo casal. Depois de muitos favores prestados aos dois, Rubião declara seu amor por Sofia, que, apesar de ter