quimica
Desde o início do século XX, o Brasil já usava o etanol extraído da cana-de-açúcar para fins energéticos. Em 1931, o etanol de cana passou a ser oficialmente misturado à gasolina, até então importada. No entanto, foi apenas em 1975, com o lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que o governo criou as condições necessárias para que o país surgisse na vanguarda do uso de bicombustíveis.
O Brasil apresentava diversos pré-requisitos para assumir esse pioneirismo: possuía um expressivo setor açucareiro e usinas com alta capacidade ociosa. Paralelamente, as altas no preço do petróleo colocavam em risco o abastecimento interno.
A saída encontrada foi reunir num grupo de trabalho governo, instituições de pesquisa, indústria automobilística, refinarias e usineiros, para debater as características do produto e as metas do Programa.
As primeiras especificações do etanol (dos tipos anidro e hidratado) foram lançadas em 1979 e reformuladas em 1989, depois de pesquisadas as razões do problema de corrosão nos motores.
Em virtude da redução do preço do petróleo, no final dos anos 80, e do aumento da cotação do açúcar no mercado internacional, na década seguinte, ocorreu forte escassez de etanol hidratado nos postos de abastecimento. Isto abalou a confiança do consumidor, refletindo-se numa queda brutal das vendas de carros movidos a álcool no país.
Na década de 90, com o fim dos subsídios a usinas e consumidores, o uso do etanol hidratado como combustível foi reduzido. Porém, contrariando a tendência do mercado, a mistura de etanol anidro à gasolina foi incentivada pelo governo. Em 1993, estabeleceu-se a mistura obrigatória de 22% de etanol anidro em toda a gasolina distribuída para revenda nos postos, gerando uma expansão de mercado para o combustível vegetal, que vigora até hoje.
Ao longo destes trinta anos, o uso do etanol, em substituição ou misturado à gasolina, promoveu uma economia de mais de um bilhão de barris equivalentes de