QUIMICA
A natureza das moléculas tensoativas, possuindo tanto um grupo hidrofílico como um grupo hidrofóbico, é responsável por sua tendência de concentração em interfaces e, conseqüentemente, de redução da energia livre do sistema no qual estão presentes. A redução da energia livre do sistema é fundamental para a “facilidade” de dado processo ocorrer.
O mecanismo primordial da redução de energia livre em muitos casos é a adsorção nas várias interfaces. Entretanto, quando todas as interfaces disponíveis estão saturadas, a redução da energia livre pode continuar por meio de outros mecanismos, conforme ilustrado na Figura 1. Uma manifestação física do fenômeno é a cristalização ou precipitação do soluto da solução, ou seja, separação de fases, algo que normalmente inviabiliza a aplicação do tensoativo em muitos casos. Uma outra alternativa é a formação de agregados moleculares ou micelas que permanecem em “solução” como espécies dispersas, termodinamicamente estáveis, com propriedades distintas da solução monomérica. O “equilíbrio” entre estes fenômenos se relaciona diretamente com a solubilidade total do tensoativo e, portanto, sua aplicabilidade.
Enquanto muitos tensoativos têm uma apreciável solubilidade em água, tal característica pode mudar significativamente com mudanças no comprimento da cadeia hidrofóbica, com a natureza do grupo hidrofílico, com a valência do contra-íon e com o ”ambiente” da solução. Para muitas substâncias iônicas, por exemplo, tem-se verificado que a solubilidade do material em água aumenta como o aumento da temperatura. Este efeito é resultante das características físicas da fase sólida, ou melhor, da energia do retículo cristalino e do calor de hidratação do material que está sendo dissolvido. No caso de tensoativos iônicos, é freqüentemente observado que a solubilidade do material sofre um aumento brusco e descontínuo a uma determinada temperatura,