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FAMILIAR E PLURIATIVIDADE*
Sérgio Schneider
Introdução
Atualmente, a discussão sobre a agricultura familiar vem ganhando legitimidade social, política e acadêmica no Brasil, passando a ser utilizada com mais freqüência nos discursos dos movimentos sociais rurais, pelos órgãos governamentais e por segmentos do pensamento acadêmico, especialmente pelos estudiosos das Ciências Sociais que se ocupam da agricultura e do mundo rural.
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Agradeço aos professores Ademir Cazella (UFSC) e
Flávio Sacco dos Anjos (UFPel) pela cuidadosa e sugestiva leitura à versão preliminar deste artigo, assim como às sugestões dos pareceristas da RBCS.
Indubitavelmente, as deficiências e as incorreções remanescentes são de minha responsabilidade. A realização deste trabalho contou com o auxílio da
Fapergs (Auxílio Recém-Doutor) e do CNPq.
Artigo recebido em dezembro/2001.
Aprovado em maio/2002.
Embora tardiamente, se comparada à tradição dos estudos sobre esse tema nos países desenvolvidos, a emergência da expressão “agricultura familiar” emergiu no contexto brasileiro a partir de meados da década de 1990. Neste período ocorreram a dois eventos que tiveram um impacto social e político muito significativo no meio rural, especialmente na região Centro-Sul.
De um lado, no campo político, a adoção da expressão parece ter sido encaminhada como uma nova categoria-síntese pelos movimentos sociais do campo, capitaneados pelo sindicalismo rural ligado à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Em meados dos anos de 1990, assistiu-se a uma verdadeira efervescência desses movimentos, que produziram inclusive formas de manifestação política que perduram até hoje, como é o caso dos eventos anuais em torno do “Grito da Terra”. Diante dos desafios que o sindicalismo rural enfrentava nesta época –
RBCS Vol. 18 nº 51 fevereiro/2003
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REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 18 Nº 51
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