quimica
A Penicilina Uma das mais poderosas armas da Medicina contra as infecções foi descoberta por acaso: no mofo de uma cultura de bactérias que estragou uma pesquisa. (Artigo publicado pela revista Super Ineressante em fevereiro de 1988).
Há 60 anos, um simpático senhor escocês, de cabelos grisalhos e olhos azuis, trabalhava no laboratório do Hospital St. Mary, em Londres. Durante dias, ele observou o comportamento de uma cultura de Staphylococcus Aureus, o temível bacilo que causa infecção generalizada. Por isso, não pode conter um gesto de impaciência ao perceber certa manhã, apesar de todas as precauções, sua experiência literalmente mofara. O calor excepcional do verão que derreteu os londrinos naquele agosto de 1920 foi também foi o responsável pelo nascimento do fungo verde de mofo na placa das bactérias.
Mas Alexander Fleming – este era o nome do pesquisador escocês, na época com 47 anos - não se deixou desanimar por causa do acidente. Ao contrário, soube aproveitá-lo. Percebeu que as bactérias morreram por causa do fundo Penicillium notatum. Depois de isola- lo, Fleming descobriu que ele continha uma substância capaz de matar muitas das bactérias comuns que infectam o homem. Essa substância, que Fleming chamou penicilina, impede a produção das moléculas de carbono que formam a membrana da bactéria. Quando esta se divide, sua parede e vai ficando cada vez mais fina até estourar, deixando escapar o citoplasma do interior. Foi assim, praticamente por acaso, que o mundo ingressou na era dos antibióticos – palavra inventada treze anos depois da descoberta de Fleming e que designa uma das armas mais poderosas de que a Medicina dispõe para salvar vidas. As estatísticas do Departamento de Saúde dos Estados Unidos mostram que nos 15 anos após a entrada em cena dos antibióticos foram salvos da morte precoce 1,5 milhão de norte-americanos. No Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, o que trata exclusivamente de doenças