Quilombos
Já se sabe da existência no Estado do Pará de 240 comunidades quilombolas. Acredita-se que muitas outras ainda serão identificadas.
À primeira vista pode causar estranheza a existência de número tão significativo de comunidades descendentes de quilombos no Pará em função da idéia bastante difundida de que na Amazônia a escravidão não teve tanta importância.
Embora o emprego da mão-de-obra negra na Amazônia não tenha alcançado as mesmas cifras que em outras regiões do país, teve uma grande importância para a economia local. Nas várias regiões do atual Estado do Pará, os escravos negros foram utilizados como mão-de-obra nas atividades agrícolas e extrativistas, nos trabalhos domésticos e nas construções urbanas.
A história da escravidão no Pará foi marcada pela resistência de negros e índios que buscaram a sua liberdade por meio da fuga, da construção dos quilombos e da participação na Cabanagem. Parte dessa história é contada neste site.
No século XXI, os descendentes dos quilombos prosseguem na trajetória de luta constante por seus direitos. O alvo principal agora é a titulação das suas terras duramente conquistadas.
Os homens e as mulheres quilombolas no Pará podem se orgulhar de suas várias conquistas. Foi no Pará, no município de Oriximiná, que pela primeira vez uma comunidade quilombola recebeu o título coletivo de suas terras, no ano de 1995. E é nesse Estado que se concentra o maior número de terras quilombolas tituladas.
Desde 1998, o Pará conta com uma legislação que regulamenta o processo de titulação dessa categoria de terras. Inovadora, essa legislação garante o direito à auto-identificação das comunidades sem a necessidade do laudo antropológico - algo que o governo federal só veio a reconhecer em 2003.
Além de contar um pouco dessa história desde o período da escravidão até as conquistas mais recentes, o site descreve também o modo de vida atual de algumas comunidades. Por meio destes relatos,