Quilombos: resistência negra em mato grosso

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A escravidão negra em Mato Grosso teve início com as atividades mineradoras, em 1719.
Os negros eram trazidos, inicialmente, pelas monções fluviais e depois através do caminho terrestre que ligava Cuiabá a Goiás, aberto em 1736. Posteriormente, vinham também do Grão-
Pará, fornecidos pela Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. Nas primeiras décadas desse século, o elemento negro representava 85% da população de Mato Grosso.
A resistência contra a escravidão assumiu várias modalidades, entre elas o suicídio, a fuga e a organização de quilombos. A fuga, inclusive para as colônias espanholas, atingiu um índice tão alto em 1751, que chegou a preocupar o então Governador e Capitão-General da
Capitania, Antonio Rolim de Moura. A organização em quilombos constituiu o movimento de maior envergadura contra o regime de trabalho compulsório e a violência da sociedade escravocrata. Quando se fala em quilombo, lembra-se sempre Palmares, o mais divulgado nos livros de história aplicados em salas de aula. No entanto, vários quilombos existiram no atual território brasileiro, inclusive em Mato Grosso. As pesquisas realizadas indicam, até o momento, a existência de dez quilombos em Mato Grosso, número este que seguramente será ampliado, na medida em que novos estudos forem desenvolvidos. A região onde se situa Vila Bela da
Santíssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso, foi palco de lutas pela libertação da escravidão no século XVIII, e de estabelecimento de vários quilombos, seja nos contrafortes da
Chapada dos Parecís, seja no Vale do Guaporé, propriamente dito. O mais importante deles, assim como do Estado como um todo, foi o quilombo de Quariterê, conhecido também por
Quariteté.
O quilombo de Quariterê situava-se às margens do rio Quarité ou Piolho, afluente da margem direita do Guaporé. Era formado de escravos fugidos das Minas de Mato Grosso, de pretos livres e de índios. Outros, de menor porte, situavam-se ao norte do Arraial de São Vicente
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