QUILOMBOLAS EM ALAGOAS: AS RAÍZES AFRICANAS E O DIREITO À DEMARCAÇÃO DOS TERRITÓRIOS
Jorge Luiz Gonzaga Vieira1
Fernanda Almeida Magalhães
Lettícia Vieira Camêlo da Costa
Stephanie Maria Verçosa Cavalcanti Lima2
RESUMO- Este artigo pretende apresentar uma nova visão sobre um tema que carece de atenção, Quilombolas em Alagoas. A discussão mostra pontos da história que não foram devidamente aprofundados.
PALAVRAS-CHAVE: Continente Africano, Afrodescendentes, Quilombos, Alagoas.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar como uma população é reconhecida através do seu legado histórico e cultural, pois, quando se fala em África, o que vem à mente da maioria da população é um pensamento originado do senso comum, de uma história escrita pelo colonizador sobre o colonizado.
A história da África é geralmente contada a partir de sua colonização por europeus e sabe-se muito pouco sobre a sua base histórica, como reis e rainhas de tribos em sua antiguidade. A população escutava histórias sobre chefes poderosos e conflitos entre tribos, mas até mesmo o nome de muitos ficou no esquecimento. Nas escolas, apenas a história do Egito é que é contada dando a impressão de que apenas a civilização egípcia havia técnicas avançadas de desenvolvimento.
No período de expansão marítima, outros países tendiam à dominação de outras terras e outros povos, sem ao menos respeitar a cultura e a preservação dos mesmos, o que acabou resultando no tráfico negreiro, e paralelo a isso, muita luta e resistência por parte das pessoas escravizadas.
No Brasil, quando os negros escravizados conseguiam fugir juntavam-se em quilombos, lugares onde viviam da agricultura e do artesanato. Os quilombos costumavam localizar-se em locais de difícil acesso para que os donos dos escravos fugidos não os encontrassem; essas comunidades quilombolas situavam-se nos morros não habitados, hoje conhecidos como favelas. Quando se fala em quilombo, quase impossível não falar do Quilombo dos