quilombo do espirito santo

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A formação de quilombos no Brasil se deu por motivos como a fuga de escravos que sofriam maus tratos nas grandes fazendas açucareiras. Arrancados da África, seu continente natal, e tratados como animais pela colonização européia, eram “transportados” nos porões dos navios negreiros. Vinham para o Novo Mundo nus, eram mal alimentados na viagem que chegava a durar 3 meses e eram vendidos como mercadoria em portos como o Porto de São Mateus, no Norte do Espírito Santo.

O município de São Mateus, no norte do estado, já foi palco de muitas lutas de resistência contra os maus tratos sofridos pelos negros e negras no período da escravidão. O Porto de São Mateus foi, por muitos anos, o principal lugar de chegada dos escravos no ES, trazidos à força da África. Mesmo depois da Lei Áurea, os maus tratos continuaram e, junto com eles, a resistência. A formação de quilombos no meio da densa Mata Atlântica serviu de refúgio e espaço de luta para que a cultura negra não desaparecesse.

Remanescentes destes quilombos, nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, continuam na luta. Mesmo depois de séculos terminada a escravidão, continuam vivendo alijados da sociedade e, agora, com um inimigo ainda mais ameaçador.

A partir da década de 1960, estas terras passaram a ser extensivamente apropriadas por empresas monocultoras de eucalipto, subsidiárias da Aracruz Celulose, através de mecanismos de coerção e ameaças, incentivados pelo Estado através das leis de incentivo fiscal e da negociação das terras devolutas. A partir da década de 1980, inicia-se a chegada das empresas alcooleiras, com a monocultura da cana-de-açúcar. A Mata Atlântica, diferente do período escravocrata, foi quase completamente destruída pelas plantações de eucalipto da multinacional Aracruz Celulose e pela plantação de cana-de-açúcar. E, junto com a Mata, a cultura e modos de vida dessas comunidades negras colocadas em ameaça.
Nas áreas onde se plantou o eucalipto eram cobertas por Mata

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