Quilombo Brotas
Por: José Roberto Barbosa.
Planta do Quilombo Buraco de Tatu.
“O escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa.”
Luiz Gama.
Quilombagem
Em 1872 foi concluído o primeiro censo de nível nacional do Brasil. Ele contabilizou uma população de 9.930.478 pessoas. É sabido que habitantes de trinta e duas paróquias não foram contados, tendo o número destes estimados em 181.583 pessoas, que somadas ao número registrado dão a população um MÌNIMO de 10.112.061 pessoas. O uso do termo mínimo é por se saber que além da imprecisão dos censos da época, ainda há o fato que havia ainda um número considerável de indivíduos e comunidades não registradas: quilombos, aldeias indígenas não integradas, assentamentos distantes desconhecidos pelo Estado, contrabandistas e fugitivos.
Dos 9.930.478 registrados: 3.787.289 pessoas foram classificadas como Brancas; 1.954.452 foram classificadas como Pretas; 3.380.172 foram classificadas como Pardas; 386.955 foram classificadas como Caboclas e 421.610 (4,25) pessoas não tiveram sua cor registrada.. Nesse censo o termo PARDO foi oficialmente usado para mestiços de negros com brancos enquanto que o termo CABOCLO foi oficialmente usado para indígenas integrados, a despeito de serem eles “puros” ou mestiços. Se somados os PRETOS e PARDOS desse censo obtemos um total de 5.334.624 (ou seja, 53,72% da população registrada nesse censo) pessoas, dos quais 3.823.818 (67, 655%) eram, juridicamente, livres ou libertos e 1.510.806 (32, 715%) escravizados. Claro que este censo não contabilizou os negros que viviam clandestinamente nos quilombos e que eram muitos. Além disso havia os que possivelmente estavam entre as 181.583 pessoas das 32 paróquias não registradas.
N° CÔR CENSO BRASILEIRO 1872
NUMERO
PORCENTAGEM
TOTAL OFICIAL
9.930.478
100%
REGISTRADOS, OFICIALMENTE, COMO BRANCOS
3.787.289
38,14%
REGISTRADOS,