01) Leia o fragmento abaixo, retirado do conto Viagem à Petrópolis, de Clarice... Uma das inovações de sua linguagem para a literatura brasileira é o fluxo de consciência. Para entendermos o que é isso, seguiremos a definição de Norman Friedman sobre análise mental, monólogo interior e fluxo de consciência. “O primeiro é definido como um aprofundamento nos processos mentais da personagem por uma espécie de narrador onisciente; o segundo, um aprofundamento maior, cuja radicalização desliza para o fluxo de consciência onde a linguagem perde os nexos lógicos e se torna caótica”. Clarice transitaria pelos três movimentos, apesar de apresentar características mais evidentes de “fluxo de consciência”. É como se uma câmera fosse instalada na cabeça da personagem, como se pudéssemos acompanhar exatamente o que ela pensa e da mesma maneira como pensa. Sabemos que o nosso pensamento não é ordenado, e quando se pretende demonstrá-lo de forma semelhante, acompanhamos sua desordem. Presente e passado, realidade e desejos da personagem (ou narrador) misturam-se na narrativa, quebrando limites espaço-temporais verossímeis. Joyce e Proust já haviam feito experiências como essa, mas foi Clarice que introduziu esse estilo no Brasil. 02) Leia o excerto abaixo para responder à questão:... Segundo o Professor Massaud Moisés quem toma a poesia externamente e, obedecendo livremente à impressão de seu ouvido ou de sua vista, classifica de poesia as formas de falar de aparência simétrica, e de prosa as de aparência assimétrica, não anda muito desencaminhado. Nessa definição existe quase que uma equiparação da idéia de poesia com a idéia de verso. Existem porém argumentos contrários a essa idéia de que qualquer verso seja poesia. Conforme relata o próprio Massaud Moisés, já na Grécia antiga Aristóteles afirmava que nem todo verso é poesia. Até mesmo quando um tratado de medicina ou ciência natural é escrito em verso, habitualmente se dá o nome de 'poeta' ao autor, porém Homero e Empedocles