Questão Social versus nova Questão Social
Neste artigo abordarei a Questão Social e a nova Questão Social, analisando suas características, definições, semelhanças e diferenças , de acordo com a visão de Roberto Castell, Pierre Rosanvallon e Marilda Iamamoto. O termo Questão Social surge com o reconhecimento do pauperismo, que é a pobreza construída socialmente. Sabe-se que a Questão Social não se resolverá sozinha, é necessário a intervenção do Estado, E entre os anos de 1950 e 1970, a Europa vivia o Estado de Bem Estar Social (o Welfare State), ou sociedade salarial, onde a maioria da população sobrevivia de seu próprio salário. O Estado passou a intervir economica e socialmente em favor da população, garantindo o pleno emprego, a saúde, educação e transporte gratuitos. Nessa época a economia e a política eram baseadas no Keynesianismo, que era a teoria que defendia a grande intervenção do Estado. Para Keynes, o economista consolidador dessa teoria, o Estado dveria pegar a população sobrante (que estava fora do mercado de trabalho) e dar trabalho a eles, mesmo que atividades inúteis, para que ao receberem seus salários eles pudessem gastá-lo, fazendo assim a movimentação da economia. Esse modelo de sociedade entrou em crise, pois custava caro pra o Estado. Assim, ocorre a transformação da teoria do Keynesianismo, que era mais centrado na indústria e no social, para o capitalismo neoliberal, mais preocupado com a economia. Com isso as expressões da Questão Social passam a ser percebidas como algo permanente e não mais como uma situação pontual e passageira. Rosanvallon, apoiava o Estado de Bem Estar Social mas com menor intervenção do Estado, ele propõe que a Questão Social seja tratada de forma solidária, através das ONG’s e da iniciativa privada, e também mais individualizada, não mais com o foco nas classes sociais, mas nos indivíduos. Essa mudança para o Neoliberalismo trouxe novas características para a Questão Social,