Questão racial nos EUA
O Estado é visado como sistema igualitário e garantidor das liberdades individuais e sociais, de tal forma que haja oportunidades iguais a todos os indivíduos. Nas sociedades democráticas modernas, essa garantia é dada independentemente de qualquer característica coletiva; porém, o Estado pode adotar medidas corretivas para os grupos que apresentem características estigmatizadas.
Por estar atrelado à configuração da sociedade moderna a noção de igualdade de oportunidades e direitos humanos universais, toda indiferença entre os indivíduos só se faz legítima quando ocorre devido à características individuais adquiridas. Tais noções de igualdade e direitos humanos e dignidade são muito vagas, de forma que se pode extrair várias correntes de pensamento dela. A partir daqui, começamos a discutir como podemos combater o racismo em nossa sociedade. Para isso, necessitamos entender o sentido apurado do termo “racismo”:
A transformação da desigualdade temporária, que antes era dada pela diferença de sexo, escravização por conquistas, colonização e, mais recente, migração de pessoas de países pobres em direção a países ricos para serem trabalhadores, numa desigualdade permanente é um produto do pensamento científico do séc XIX. Porém, essa ideologia científica perdeu legitimidade e. em seu lugar, surgiu a justificativa da inferioridade material e espiritual para o tratamento desigual. O racismo, portanto, origina-se da crença na desigualdade imanente entre as raças humanas (inferioridade intelectual, moral, cultural e psíquica dos subjugados). Assim como no Brasil e na África do Sul,a ideologia racista foi uma justificativa primeiro para a estrutura social da escravidão e, depois, para o colonato. Ou seja, primeiro utilizou-se da força da conquista para justificar a subordinação e a sujeição política, para somente num segundo momento o argumento da inferioridade da raça vir à superfície. Os EUA foi o primeiro país a se estabelecer