Questão antropológica em locke
George Souza de Melo
Considerado o pai do iluminismo, John Locke nasceu em Wrington, Inglaterra, e estudou na Universidade de Oxford, se dedicando a diversos campos de estudo como a química, a teologia, a filosofia e a medicina. Sobre as várias indagações construídas pelo homem, inclusive sobre si mesmo, Locke achou importante estudar primeiro sobre o entendimento humano e seus poderes. Para o inglês, o entendimento situa o homem acima dos outros seres, constituindo-se um tópico que merece ser estudado e investigado, mesmo sabendo que, analogicamente a um olho, nos faz ver e perceber as coisas, porém não a si mesmo. Só dando início à atividade de buscar o conhecimento de suas próprias forças é que o homem pode esperar de forma clara o alcance do sucesso; não ficando mais quieto no seu comodismo racional, investindo na dúvida e ignorando todo conhecimento, porque existem coisas que não podem ser compreendidas. Isso, o filósofo mostra claramente na introdução de seu Ensaio acerca do Entendimento Humano, quando diz que: “É de suma utilidade para o marinheiro conhecer o comprimento de suas cordas, ainda que com elas não possa sondar todas as profundidades do oceano” (1690, p. 147). O importante é saber que o seu conhecimento é capaz de chegar a profundidades do entendimento, porém só nos leva até ao “que diz respeito a nossa conduta” . Sua antropologia se edifica a partir da teoria empirista do conhecimento desenvolvida no Ensaio citado acima, no qual é traçada a imagem do homem que prevaleceria na cultura europeia nos séculos XVIII e XIX: o homem burguês agarrado a um otimismo naturalista e ao princípio de socialidade natural que lhe predestinava ao convívio espontâneo e pacífico entre outros na natureza, contrariamente à ideia hobbesiana de que os homens se associam por acidente, por fins meramente políticos. O entendimento do homem em Locke passa necessariamente pela concepção empirista do conhecimento humano. O filósofo