Quero
A mídia nos ensina a almejar dinheiro, poder e inutilidade. Qualquer um que tenha assistido ao menos um dos filmes da Barbie®, franquia mais popular entre as crianças do sexo feminino, não poderá discordar. Em todos os filmes, ela termina rica, com um namorado atlético, e tão irreal quanto ela. Ambos tem corpos perfeitos, e o dia inteiro livre. Onde se vê isso na vida real?
Ora, na famosa musica Barbie Girl, do grupo Aqua, se prestarmos atenção à letra, veremos não apenas a exploração do lado “riqueza”, mas, também, a visão da mulher como um objeto sexual. Em uma parte do refrão, por exemplo, a cantora diz: “você pode pentar meu cabelo, me despir em qualquer lugar”, mas poderiamos citar várias outras partes da música.
O slogan dessa tão famosa personagem é “tudo o que você quer ser”. Agora, se me perguntarem o que quero ser, jamais responderia isso. Não quero ser rica. Não quero um corpo perfeito e um namorado atlético.
O que eu realmente quero é um mundo em que não existam diferenças de raça, sexo, religião, preferencia sexual. Quero um mundo em que não exista dinheiro, nem cargos superiores ou inferiores, nem poder.
Eu quero um mundo em que eu não tenha que me preocupar com o futuro, se teremos um mundo em alguns anos, porque as pessoas se importam mais com dinheiro do que com seu planeta. Quero um mundo em que eu possa sair na rua, respirar fundo, e sentir o cheiro de plantas, ao invéz de ficar com a garganta irritada por causa da poluição. Eu sei que isso não vai acontecer logo, não rápido o suficiente para que eu veja, mas vou fazer o que puder para ajudar.
Por esses motivos, eu não quero um corpo invejável, quero um cérebro. Quero ter ideias próprias, não simplesmente fazer o que me mandarem.
Eu sei que, supostamente, eu não deveria falar de profissão nessa redação, mas minha profissão tem a ver com o que quero. Então aqui vai, eu quero ser atriz e escritora. Quero levar para o mundo um pouco de felicidade, levar duas horas em que as pessoas