quero só ver o trabalho
Edward Carr inicia falando da escola do pensamento político utópico; ressalta que esta remonta a destruição do sistema medieval com a substituição da ética e do sistema político universais baseado na autoridade divina pela ética como um instrumento político, sendo a autoridade do Estado o árbitro da moralidade. A escola utópica recorre a um padrão ético independente de autoridade externa, eclesiástica ou civil, baseado na doutrina de uma “lei da natureza”, cuja fonte era a razão individual humana. Os princípios newtonianos aplicar-se-iam agora aos problemas éticos; a lei moral da natureza podia ser cientificamente estabelecida. Por volta do século dezoito, a consciência humana passou a ser a voz da razão.
Algum tempo depois, Jeremy Bentham, um utopista, considerando que a característica fundamental da natureza humana é a busca do prazer e a rejeição a dor, reformula o padrão ético da lei natural, pela fórmula “da maior felicidade para o maior número”, reafirmando uma presunção científica da moral, mas sustentada em aspectos racionalistas e individualistas. Bentham foi o pensador que elaborou a doutrina da salvação pela opinião pública. Já James Mill, criou o mais completo argumento elaborado em defesa da infalibilidade da opinião pública.
Com a chegada do século XIX, a voz da razão humana ainda é a fonte da persuasão humana para a salvação de sua alma, sustentada na tripla convicção